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Uma experiência artística permacultural

Fotografia de uma das refeições entregue a população de Guaianases todos os dias.

A integração da obra Renda Guaianás no ambiente do parque e do bairro, realizada por Bia Goll, cozinheira e permacultora esta sendo fundamental. Para realizar uma obra de Land Art deste porte com plantas comestíveis em uma vizinhança difícil, é necessária ampla integração do projeto com a vizinhança. O trabalho permacultural de Bia nos permite discutir e propor uma alimentação mais rica em vegetais que nós mesmos podemos cultivar ou reconhecer na natureza.

Envolvemos uma cozinheira que faz a comida para nossa equipe, ela propõe pratos baseados em vegetais frescos (nunca ultraprocessados e sempre sem embalagem), o que contrasta com os hábitos alimentares locais. As refeições são oferecidas àqueles que as querem, portanto ela serve mais de 20 refeições por dia. São todos os tipos de personagens que dividem a comida com o time de produção: passantes; usuários de drogas da região, desempregados; mães e seus filhos, em busca de uma comida mais saudável e por ai vai… As histórias são incríveis. A compostagem se tornou a regra no parque, as refeições são feitas sem refrigerante.

Fotografia Landart de Jean Paul

As plantas trepadeiras comestíveis estão sendo instaladas no gradil do parque. Já as folhas mortas das poucas árvores do local que até nossa chegada sempre foram previamente removidas tornando o solo pobre, agora elas não são mais e isso vai mudar a qualidade da terra do parque. São iniciativas simples que estão sendo implementadas de forma sutil, generosa e eficiente por Bia. Ela também desenhou um conjunto de vivências aplicadas em três oficinas diárias que estão sendo um grande sucesso. Os educadores estão presentes todos os dias para criar conexões com a natureza com os transeuntes e grupos escolares que visitam o projeto e não são picos, nas duas primeiras semanas, já impactamos cerca de 500 pessoas.

Crianças sentadas no chão do Parque Linear Guaratiba

Tudo isso não estaria acontecendo se não tivesse havido la no inicio uma longa e auspiciosa parceria com a Horta da Vila Nancy e a figura maravilhosa da Dona Helena, que Bia trouxe para o projeto e que virou uma peça chave na engrenagem que faz um projeto desses acontecer. Com sua Horta, que mais parece um pequeno oásis, Dona Helena, Tadeu e Tonhão aceitaram o desafio de produzir cerca de 8500 mudas que preenchem as 1150 caixas do projeto. Tudo feito com muito amor, com muito esmero e muita dedicação. Essa energia é visível em cada planta, e na imagem geral da Obra, assim como nos sorrisos e na surpresa de cada visitante.

Todas estas ações fazem do projeto Renda Guaianás um projeto que se encaixa no tecido social circundante e que o faz de forma orgânica e permacultural e não de forma impositiva ou forçosa.

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